Julho 2011 – Dois eventos relacionados à preservação do meio-ambiente movimentaram Boqueirão do Leão durante toda a quarta-feira, 13 de julho. Realizados pelo SindiTabaco (Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco), Afubra (Associação dos Fumicultores do Brasil), Prefeitura de Boqueirão do Leão e a ONG Terra de Araucária, os eventos reuniram 550 pessoas e foram realizados em dois turnos para diferentes públicos.
Durante a manhã, cerca de 200 produtores de tabaco se encontraram no Salão Paroquial para uma série de palestras. O representante do SindiTabaco no evento, o vice-presidente de Gestão Ambiental e Responsabilidade Social do SindiTabaco, Sérgio Willani, abriu o evento lembrando a importância que as questões ambientais têm para o bom andamento do setor. O presidente da ONG Terra de Araucária, Guido Lopes da Rosa, agradeceu a presença dos convidados e a parceria das entidades e do governo municipal para a realização dos seminários.
João Davi Goergen, prefeito de Boqueirão do Leão, falou aos produtores sobre a produção sustentável e a parte que cada um deve cumprir na cadeia produtiva. “Temos muitas formas de proteger o meio-ambiente. Hoje, qualquer atividade exige sustentabilidade. Não adianta somente produzir, é preciso ter para quem vender o produto. O setor do tabaco funciona por ter essa garantia de compra do produto, o que muitos setores agrícolas ainda estão engatinhando para conseguir. O trabalho tanto com os produtores, quanto com os estudantes é fundamental, proteger o meio ambiente passa pela conscientização. O trabalho é de todos, não somente das entidades ou do poder público. Cada um é responsável pelo espaço em que vive”, disse.
Após a solenidade de abertura, as palestras iniciaram com a participação do zootecnista e consultor ambiental da ONG Terra de Araucária, João Augusto Ribeiro, que falou aos presentes sobre preservação de nascentes. “Boqueirão do Leão está na divisa de duas importantes bacias: a do Rio Taquari e do Rio Pardo. A preocupação deve ser dobrada uma vez que nossos atos podem refletir em épocas de grandes chuvas”, disse. O evento seguiu com palestra sobre a recuperação de matas ciliares, preservação da Mata Atlântica e reflorestamento, com o engenheiro florestal da Afubra, Juarez Pedroso. O encerramento abordou temas como a correta destinação de embalagens de agrotóxicos r a conservação dos solos, com o vice-presidente de Gestão Ambiental e Responsabilidade Social do SindiTabaco, Sérgio Ângelo Willani.
A tarde foi marcada pela apresentação de projetos sobre meio-ambiente desenvolvidos pelas escolas Adolfo Mânica (Linha Araçá, Boqueirão do Leão) e Felipe Becker (Alto Paredão, Santa Cruz do Sul), da palestra sobre meio ambiente proferida pelo professor José Leon, assessor pedagógico do Programa Verde é Vida, da Afubra, e com a apresentação do Teatro de Fantoches. A programação foi acompanhada por cerca de 350 estudantes e professores de 5ª e 6ª séries da rede municipal e estadual, no Ginásio Municipal, que receberam mudas do Projeto Verde é Vida no encerramento das atividades. “A conscientização ambiental destes jovens deverá refletir no futuro das propriedades rurais da região”, afirma Sérgio Rauber, assessor de Relações Institucionais do SindiTabaco. Os organizadores também apostam na multiplicação dos assuntos ratados no evento aos demais alunos, por meio da participação dos professores.
Conheça alguns dos conceitos trabalhados nas palestras:
MATA CILIAR – A mata ciliar (localizada no entorno de nascentes e junto aos córregos e rios) é protegida pela legislação e proporciona inúmeros benefícios ao meio ambiente e ao homem. Ela serve de refúgio e fonte de alimento para a fauna silvestre, auxilia na infiltração das águas das chuvas no solo, controla a erosão e colabora na manutenção dos mananciais de água. A mata ciliar também serve como corredor de passagem para animais silvestres, possibilitando a perpetuação de espécies.
RECUPERAÇÃO DA MATA CILIAR – O replantio de árvores nem sempre é recomendado. Dependendo do solo e das características locais, outros recursos são necessários para recuperar o leito do rio, que nem sempre estão relacionadas à margem do rio. Algumas medidas complementares podem ser muito benéficas, caso dos terraços e cordões vegetados, que atuam como obstáculos, retardando a velocidade da água e proporcionando mais tempo para que possa infiltrar-se no solo.
FLORESTAS – Servem de alimento e refúgio para a fauna silvestre, auxiliam na infiltração das águas das chuvas no solo, controlam a erosão e colaboram na manutenção dos mananciais de água. As florestas também protegem casas e lavouras contra a força dos ventos, ajudam a purificar o ar e regular o clima. Aumentar a cobertura vegetal é, assim, benéfico ao equilíbrio ecológico da propriedade.
REFLORESTAMENTO – Ao reflorestar, o produtor não só preserva as matas nativas, como também utiliza uma energia sustentável para a cura do tabaco, o que representa importante redução de custo e maior economia para o produtor. Além disso, a construção civil é uma das boas compradoras de madeira. Com o setor em alta expansão, quem refloresta tem chances de aumentar a fonte de renda. Existem várias espécies indicadas para o reflorestamento. Saiba mais.
DESTINAÇÃO DE EMBALAGENS – O setor do tabaco desenvolve desde o ano 2000 o Programa de Recebimento de Embalagens Vazias de Agrotóxicos. O programa atende determinação do Artigo 53, do Decreto 4.074, de 4 de janeiro de 2002, sobre o qual os “usuários de agrotóxicos e afins devem efetuar a devolução das embalagens vazias e respectivas tampas aos estabelecimentos comerciais em que foram adquiridos”. Os produtores que aderem ao programa e entregam as embalagens tríplices lavadas, recebem recibos - fundamentais para apresentação aos órgãos de fiscalização ambiental.
CONSERVAÇÃO DE SOLOS – Algumas práticas de manejo e conservação do solo apresentam grande eficiência na redução dos problemas são o Cultivo mínimo (técnica consiste em revolver o solo o mínimo possível, preservando parte da superfície do solo com resíduos da cultura anterior e com o objetivo de diminuir os riscos de erosão) e o Plantio direto na palha (técnica de cultivo mais eficiente na redução da erosão, consiste no plantio com o mínimo de revolvimento do solo, preservando os resíduos (palha) da cultura anterior sobre a superfície do mesmo. Além do aspecto conservacionista, o plantio direto propicia redução no uso de combustíveis fósseis, redução na mão de obra e aumento da rentabilidade do produtor através da redução de custos e aumento da produtividade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário