sábado, 14 de maio de 2011

MAIO ESPECIAL MULHER - ANA LUÍZA PANYAGUA ETCHALUS - CRÔNICA GOTAS DE SABEDORIA

GOTAS DE SABEDORIA

Como de hábito,  levanto muito cedo,  já que  além de organizar a rotina do dia e levar as filha à escola, sempre quero fazer um treino na academia antes de ir trabalhar.
E a manhã estava linda. Tímidos mas vigorosos raios de sol apareciam por entre as nuvens, e eu estava feliz, otimista, alegre, de bem. Então botei no carro um cd da música Smile, do Charles Chaplin e tão de bem com a vida estava eu que comecei a traduzir a letra da música para minha filha, achando que meu otimismo seria contagiante àquela adolescente que, em regra, acorda sempre com sono e não propriamente de bom humor.
E íamos nós: eu falando do sol, cantando e traduzindo a letra; ela silenciosa e ainda com o sono pesando por sobre as pálpebras e tensa para apresentar argumentos a um júri de filosofia – pois é,  a escola estava promovendo um júri para debater o sistema de cotas sociais, cabendo à minha filha estruturar com seus colegas a linha de defesa do sistema. Ou seja, ela estava com sono,  mas concentrada em preparar argumentos, enfim,  retórica para utilizar na defesa de sua tese.
Enquanto isso,  eu seguia cantando e traduzindo a letra e, vez por outra, chamando a atenção – mais um pouco – para o céu, e os pássaros, e...
 Minha filha tascou; - Mãe, não dá para parar? Tú parece um livro de auto-ajuda!!!
O susto durou segundos, um breve hiato, um fragmento através do qual passam volumes absurdos de pensamentos antes de resultar numa imensa gargalhada.
Pobre adolescente!! – pensei mais tarde. Como suportar uma mãe recém descasada, com crises de “poliana” e envolvida com seus próprios hormônios conflituados e em vias de extinção – vivo ouvindo as mais variadas teses sobre reposição - .‽  Aliás, na fase atual, os hormônios que ainda me restam estão bem mais conflituados  do que os daquela adolescente aparentemente mau-humorada que, na verdade, estava exercitando muito bem a sua lógica silenciosa.
Deixei a filha na porta da escola e sai me sentindo assim, uma espécie de “gotas de sabedoria ambulante”, compulsória, irritante, uma “mala”. Mas pelo menos eu continuava risonha, afinal, acabara de receber uma super gota de sabedoria.
Desliguei o som do carro e segui até a academia em silêncio, apenas tentando me concentrar no treino de corrida, um dos meios encontrados para harmonizar  o tal conflito de parte da “minha espécie” em extinção.
E esta história de mães e filhas surgiu porque  a Clara Schestatsky  pediu que eu escrevesse algo para o seu blog. Como estamos no mês das Mães, achei que estas “gotas de sabedoria” viriam bem a calhar. 
Ana Luíza Panyagua Etchalus
 Porto Alegre,  04 de maio de 2011.
  


BOLO DE CANECA






·  Ingredientes
·  1 ovo pequeno
·  4 colheres (sopa) de leite
·  3 colheres (sopa) de óleo
·  2 colheres (sopa) rasas de chocolate em pó
·  4 colheres (sopa) rasas de farinha de trigo
·  4 colheres (sopa) rasas de açúcar
·  1 colher (café) rasa de fermento em pó
  1. Na própria caneca onde irá consumir, coloque o ovo e bata bem com um garfo
  2. Coloque o óleo, o açúcar, o leite e o chocolate e bata mais
  3. Coloque a farinha de trigo e o fermento e misture delicadamente até encorpar
  4. Leve ao forno microondas por 3 minutos em potência alta
Informações Adicionais
  • Dicas: a caneca deve ter capacidade mínima de 300 ml.
    A massa crua é mais mole que um bolo normal, mas não aumente a farinha, senão o bolo ficará duro.
    Pode ser servido quente, com caldas, coberturas, castanhas, sorvete e o que mais a imaginação mandar.

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